quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Assembleia Festiva comemorou dia dos comerciários



Uma grande assembleia no auditório do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí na noite de terça-feira, 30, comemorou o dia dos comerciários. O 30 de outubro passou a ser considerado o dia da categoria quando em 29 de outubro de 1932, comerciários aglomeraram-se no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, e marcharam em direção ao Palácio do Catete, com quase 5 mil pessoas, para exigir um trabalho mais digno e humanizado.

O presidente Getulio Vargas os recebeu e nesse mesmo dia assinou o Decreto Lei N° 4.042, de 29 de outubro de 1932, que acabava com a carga horária de 12 horas diárias, passando para 8 horas, e instituía o repouso semanal remunerado aos domingos. O decreto-lei foi publicado no Diário Oficial do dia 30 de outubro de 1932, e assim marcou a data como o Dia do Comerciário.

Dissídio ainda está em debate
Apesar do clima festivo, a assembleia foi marcada principalmente pela definição de ações da categoria em relação a negociação do reajuste salarial. “Não é sempre que conseguimos traduzir a importância da presença dos trabalhadores em nossas assembleias. Nossa luta é forte na proporção em que estivermos mais unidos e presentes e essa assembleia bonita serve também para nos lembrar da participação de todos nas nossas lutas do dia a dia”, disse a Presidenta do Sindicato, Rosane Simon, após saudar e parabenizar os presentes pela data. Como em todos os anos, a negociação com o SINDILOJAS em Ijuí é uma das mais difíceis da região. “A participação de vocês nos fortalece. Quando os empresários souberem que nós lotamos este espaço vão saber que a categoria está mobilizada”.

A proposta inicial do sindicato patronal para este ano era somente a de pagar o piso regional que está em R$ 732,00 e 6% de aumento para os demais. Após algumas reuniões a proposta aumentou para R$ 740,00 de piso e 6,4% de aumento para os demais. O Sindicato dos Trabalhadores pede R$ 750,00 de piso e um aumento de 7%. Há ainda um impasse com relação ao piso para os trabalhadores dos serviços de limpeza. O patronal oferece o mínimo nacional, R$ 622,00 e o Sindicato dos Comerciários pede R$ 700,00.

“Precisamos de mobilização. Lotar nossas assembleias e se não tiver espaço no auditório faremos ela na rua. Pedimos a todos para que conversem nas empresas com os gerentes e com os empresários para que melhorem esta proposta. Com a economia em alta e o salário do comércio cada vez mais achatado, vai acabar faltando trabalhadores para o setor”, concluiu Rosane Simon.

Os comerciários se reúnem em assembleia ordinária sempre na segunda sexta-feira de cada mês. A próxima esta marcada para o dia 9 de novembro. Como todos os anos, os trabalhadores não fecham o acordo para o horário de natal enquanto o dissídio não estiver acertado.

Confraternização
Após as definições gerais em relação a negociações um momento lúdico foi realizado com a leitura do texto de Anton Tchekhov, “A Palerma”. Houve também sorteio de mais de 100 brindes doados por empresas da cidade e uma confraternização no restaurante Paladare.

Governo aceita corte na jornada de trabalho

Proposta em debate quer reduzir jornada de 44 horas para 40 horas por semana.

O governo federal já começa a discutir a possibilidade de permitir a redução da jornada de trabalho do brasileiro para 40 horas por semana. Assunto considerado tabu até bem pouco tempo atrás, a redução da atual jornada de 44 horas semanais, como estipula desde 1988 a Constituição, passou a ser lembrada nos gabinetes de Brasília como "medida possível" de ser tomada até o fim do governo Dilma Rousseff, em 2014. A ideia é muito popular no mundo sindical.

O s dados do mercado de trabalho apontam para uma realidade mais próxima das 40 horas semanais do que o previsto na Constituição. "O brasileiro já está trabalhando menos, então uma mudança constitucional não provocaria a polêmica que causaria alguns anos atrás", disse ao Estado uma fonte qualificada do governo federal.

Empresários, especialmente da indústria, criticam a bandeira das centrais sindicais pela redução da jornada de trabalho por entenderem que a mudança aumentaria os custos produtivos, uma vez que, com menos horas trabalhadas, seria necessário contratar mais funcionários.

Em 2012, até o mês passado, os 51,5 milhões de trabalhadores formais brasileiros cumpriram jornada de 40,4 horas por semana, em média. Em fevereiro deste ano, a jornada semanal chegou a ser de 39 horas.

De 2003 a 2012, houve uma queda deste indicador, estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica do IBGE começa em março de 2002, portanto uma comparação entre os nove meses de cada ano só é possível a partir de 2003.

Acordos. Em média, os trabalhadores brasileiros cumpriram jornada de 41,2 horas por semana entre janeiro e setembro de 2003. No ano passado, o indicador foi de 40,6 horas por semana, em igual período.

Segundo José Silvestre, diretor de relações do trabalho do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a queda da jornada ocorreu por dois fatores: os ganhos crescentes de produtividade que permitiram, por sua vez, acordos coletivos em diversas categorias que reduzem a jornada.

Dois dos maiores sindicatos do Brasil - dos metalúrgicos do ABC, que representa 112 mil trabalhadores, e dos metalúrgicos de São Paulo, que representa 430 mil trabalhadores - cumprem jornada de, no máximo, 40 horas semanais há quase dez anos.

Com os ganhos de produtividade por meio da maturação dos investimentos realizados nos últimos anos, a indústria de transformação tem reduzido naturalmente a jornada de seus operários, entende Silvestre, para quem a ação sindical é decisiva para "acelerar" este processo. Categorias como enfermeiros já cumprem jornadas inferiores, de 38 horas por semana e, em alguns casos, de 36 horas por semana.

Desafio. Para o secretário executivo do Ministério do Trabalho, Marcelo Aguiar, o grande desafio do governo será manter essa redução da jornada num cenário onde o ritmo dos avanços deve ser menor do que o anterior.

"Vivemos um período onde a taxa de desemprego despencou, ao mesmo tempo em que o rendimento tem aumentado em todas as categorias, e a jornada tem caído. O desafio, agora, é manter toda essa engrenagem funcionando", afirmou Aguiar.

Uma mudança constitucional, fixando um novo teto de jornada semanal de trabalho, aceleraria o movimento de redução do tempo de trabalho em categorias e regiões que ainda contam com jornadas superiores a 40 horas por semana.

Especialistas apontam que, entre os setores, o mais "crônico" seria a construção civil, onde os operários chegam a cumprir jornadas superiores ao teto constitucional de 44 horas por semana.

Entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, três apresentaram no mês passado os resultados mais distantes: São Paulo (SP), com média de 42,3 horas por semana, Rio de Janeiro (RJ), com 42,2 horas por semana, e Porto Alegre (RS), com 42 horas por semana.

Fonte: O Estado de São Paulo, por João Villaverde, 29.10.2012

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Comerciários, 80 anos de uma conquista

O Dia do Comerciário nos remete a uma história de luta de uma das categorias mais antigas do Brasil, mas que ainda não é reconhecida legalmente como profissão. Esta data marca os comerciários como os precursores da luta dos trabalhadores na conquista da jornada de trabalho de oito horas diárias e do repouso aos domingos e feriados. Neste dia, a  Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços/RS (Fecosul) cumprimenta a todos esses valorosos profissionais que recebem a população com tanta atenção e carinho, contribuindo para a autoestima e o bom atendimento do consumidor. Profissionais que, na maioria das vezes, esquecem as suas dificuldades pessoais, como a baixa remuneração, e, em muitos casos, ainda, precárias condições de trabalho, constituindo-se como parte fundamental da roda que a faz a economia girar. Completamos 80 anos desde aquele 29 de outubro de 1932, quando os comerciários aglomeraram-se no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, e marcharam em direção ao Palácio do Catete, com quase 5 mil pessoas, para exigir um trabalho mais digno e humanizado.

O presidente Getulio Vargas os recebeu e nesse mesmo dia assinou o Decreto Lei N° 4.042, de 29 de outubro de 1932, que acabava com a carga horária de 12 horas diárias, passando para 8 horas, e instituía o repouso semanal remunerado aos domingos. O decreto-lei foi publicado no Diário Oficial do dia 30 de outubro de 1932, e assim marcada está a data como o Dia do Comerciário. O espírito de luta e a determinação daqueles companheiros comerciários, que foram os percursores de um movimento contra as precárias condições de trabalho, nos inspiram, até hoje, através de gerações, renovando a disposição de luta dos trabalhadores comerciários em defesa do desenvolvimento, da valorização da profissão com mais qualificação, melhores salários e condições de trabalho.

Guiomar Vidor
Presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços/RS