quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Contraproposta do SINDILOJAS congela negociações do dissídio


Uma reunião na manhã desta quinta-feira (08), na sede do SINDILOJAS de Ijuí, entre o Sindicato dos Empregados no Comércio e a entidade patronal, voltou a tratar do dissídio da categoria, novamente sem acordo.

A proposta encaminhada na semana passada pelos trabalhadores era de um piso de R$ 660,00 de maio a outubro, R$ 670,00 a partir de novembro e a garantia, em cláusula do acordo, do pagamento do salário mínimo regional quando este estiver estipulado pelo governo. Em contraproposta, o SINDILOJAS apresentou  R$ 660,00 até dezembro e R$ 670,00 a partir de janeiro, sem a garantia em cláusula do mínimo regional.

Para o Sindicato, a resistência contra a cláusula do aumento do mínimo regional não possui fundamento econômico, mas político. O SINDILOJAS argumenta que com o governo do estado legislando sobre o salário, acabam as relações entre os sindicatos, com as negociações salariais. “No fundo o que temos em Ijuí é uma lógica em que o comércio deve crescer sempre, mas sem crescimento e distribuição de renda aos trabalhadores. As negociações do nosso dissídio são usadas como instrumento de arrocho do poder econômico sobre a classe comerciária. Prova disso são as negociações já acordadas em outras cidades da região que possuem uma economia menor que a nossa, conseguindo pactuar acordos que favorecem os dois lados”, disse Rosane Simon, presidente do Sindicato dos Comerciários.

O anúncio do valor do mínimo regional para o próximo ano deve sair ainda este mês, segundo informações da Federação dos Comerciários, a FECOSUL. A previsão é de que o valor seja de R$ 720,00. Num calculo simples, Rosane Simon explica a importância da cláusula do mínimo regional para os comerciários.

O atual valor do mínimo regional, piso dos comerciários a partir de maio é de 638,20 reais. Se o sindicato aceitasse a proposta de R$ 660,00 até dezembro, a diferença de maio a dezembro a ser paga para a categoria seria de R$ 174,40. Se o mínimo for reajustado a R$ 720,00 para pagamento em janeiro, só a diferença entre o novo piso e o piso oferecido pelo SINDILOJAS nos 4 meses até maio já seria maior, de R$ 240,00.

“Temos responsabilidade com os trabalhadores. Sob nenhuma hipótese podemos fazer um acordo nestas condições, em que os trabalhadores seriam claramente prejudicados. O mínimo regional é uma das nossas principais bandeiras e o nosso caso em Ijuí, demonstra claramente que a sua valorização é uma política acertada”, explica Rosane Simon.

Sem o acordo do dissídio, o horário do comércio para o natal também segue sem acordo. “O abertura das lojas está garantida em lei municipal. Mas os comerciantes terão regras muito mais estreitas com relação a utilização de mão de obra. Os trabalhadores do comércio devem estar atentos para isso e ajudar o Sindicato a fiscalizar possíveis abusos”, convocou a presidente.

Os trabalhadores reúnem-se em assembleia nesta sexta-feira, as 18:30hrs, no auditório do Sindicato. Na pauta, além de esclarecimentos sobre o dissísio e o horário de natal, haverá a prestação de contas da gestão.

Um comentário:

  1. Vejo tanto debate refente ao piso. Mas nossa realidade pouco se baseia no piso salarial, a maioria dos vendedores do comercio são comissionados, os comerciários que executam funções administrativas geralmente ganham algo além do piso.

    Porém não vejo qual é o percentual pelo qual o sindicato está brigando.

    Gostaria que tivéssemos mais informações a respeito disso.

    Att.

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