quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Comerciários realizam manifestação e negociação avança

 

Os comerciários de Ijuí saíram à rua na manhã desta quarta-feira em manifestação pelo dissídio da categoria. Até o momento, não há acordo com o sindicato patronal. Uma nova reunião de negociação foi realizada, ainda sem acordo.

A concentração de trabalhadores ocorreu na sede do Sindicato e a manifestação contou com o apoio do Presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Estado do RS (FECOSUL), Guiomar Vidor e também de presidentes de Sindicatos de comerciários da região.

Antes da manifestação, os trabalhadores reuniram-se no auditório da entidade para orientações sobre as negociações. “Nossa categoria, em assembleia, decidiu não aceitar um piso menor que o valor de R$ 670,00. Ijuí tem o maior PIB e o menor piso dos comerciários dentre todas as cidades da região”, disse a Presidente do Sindicato Rosane Simon.

“Temos índices que comprovam que o comércio cresceu acima de 10% liquido, mais a inflação. Isto representa um crescimento de 17% no período o que possibilita um reajuste nos termos que estamos negociando. Além disso, em cidades da fronteira como Uruguaiana e Livramento, com uma economia mais fragilizada do que nesta região de Ijuí, nós já acordamos o piso até acima deste valor e garantido a cláusula de pagamento do Salário Mínimo Regional”, disse Giomar Vidor.

Além do valor do piso da categoria, a principal questão que emperra o acordo é a cláusula do Piso Regional. Os trabalhadores querem que no acordo coletivo, seja incluída uma cláusula que garanta o pagamento do valor do Salário Mínimo Regional, cujo reajuste deve sair no início do próximo ano e deve estar próximo a 14%. O valor do Mínimo Regional hoje é de R$ 638,20. Nenhum comerciário pode ganhar abaixo deste valor. A última proposta do SINDILOJAS foi de 650 reais, com manifestações do seu procurador na imprensa, de que chegaria a R$ 660,00 para o Piso da categoria, sem a cláusula do Piso Regional. A proposta dos Comerciários e de R$ 670,00 com a inclusão da cláusula.

Munidos de cartazes e faixas, a categoria andou pelas ruas do centro da cidade, concentrando-se por fim em frente a sede do SINDILOJAS, local da reunião. “Nossa intenção com esta manifestação foi a de sensibilizar também a comunidade de Ijuí para a questão do nosso dissídio. Somos sem dúvida uma das categorias que mais trabalha e que menos recebe na região”, explicou Rosane Simon.


Negociações avançam
Em seguida os representantes dos Sindicatos realizaram nova reunião de negociação. Além do Presidente da FECOSUL Guiomar Vidor, estiveram presentes, representando os trabalhadores, a Presidente do Sindicato de Ijuí, Rosane Simon, o procurador do Sindicato, Luis Carlos Vasconcellos e os presidentes dos Sindicatos de Cruz Alta, Bento da Silveira, Santo Ângelo, Plínio Teixeira, Santa Rosa, Nestor Kalsing e São Luis Gonzaga, Américo Pereira. Representando o SINDILOJAS o seu Presidente, Bruno Haas, O procurador Antônio Carlos Burtet, a diretora Mary Fensck e o Secretario Executivo da entidade Joulberto Matte.


Antônio Burtet reconheceu que o piso da categoria em Ijuí é o menor da região e disse que a entidade tem consciência da necessidade de equiparar isso com as demais cidades. Na negociação, após ambas as partes argumentarem, num novo esforço em busca do diálogo e do consenso, os trabalhadores apresentaram uma nova proposta: um piso de R$ 660,00 até outubro, R$ 670,00 a partir de novembro e a garantia, em cláusula, do pagamento do mínimo regional quando este for reajustado.

O SINDILOJAS fará uma assembleia com seus associados para definir a questão. “É ruim para a nossa cidade, para os empresários e para o trabalhador termos o menor valor na região do piso da nossa categoria. Temos que olhar para cima, para o desenvolvimento da nossa cidade e estes R$ 10,00, que é um aumento de apenas 5 centavos na hora trabalhada, significam muito no bolso do trabalhador e é um dinheiro que será gasto na nossa cidade, movimentando a economia”, explica Rosane Simon.

Guiomar Vidor
A cláusula do Mínimo Regional ainda é um entrave para o SINDILOJAS. “A valorização do mínimo regional é uma das principais bandeiras dos trabalhadores. Não podemos acordar um piso da categoria de R$ 660,00 sem a garantia do mínimo regional, que poderá ir a R$ 720,00 no início do ano. O trabalhador perde com isso”, disse Guiomar Vidor.

Os Comerciários esperam agora o resultado da assembleia do Sindicato Patronal. Caso não haja acordo, a questão deverá ir à julgamento. “Nossa vontade é de solucionar os impasses e fechar a questão. Será a melhor solução para todos. Acho que chegamos a uma boa proposta e esperamos que o SINDILOJAS compreenda a necessidade de tornarmos o nosso comércio mais forte, valorizando também os trabalhadores da nossa cidade”, concluiu a Presidente do Sindicato, Rosane Simon.

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