segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Comerciários: sem reajuste não haverá acordo para o trabalho no natal


Reunidos em assembleia na última sexta-feira (11), os comerciários debateram o dissídio da categoria. Até o momento, não há acordo entre o Sindicato dos Empregados e o SINDILOJAS, o Sindicato patronal.

A última proposta dos trabalhadores foi de um piso de R$ 670,00 e 2% de reajuste real para quem ganha acima do piso. O SINDILOJAS oferece um piso de R$ 650,00 e menos de 1,5% de reajuste real para os demais salários. “Não aceitamos que em Ijuí, a cidade que tem o maior PIB da região, nós tenhamos o menor piso da categoria”, explica a presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio, Rosane Simon. Santa Rosa, Cruz Alta e Santo Ângelo já fecharam seus acordos com pisos acima de R$ 670,00.

Salário mínimo estadual gera impasse
Outro impasse nas negociações se refere ao piso mínimo regional no estado, que no Rio Grande do Sul é de R$ 638,20. Os comerciários querem incluir no acordo uma cláusula pela qual ninguém pode ganhar menos que o salário mínimo estadual. “As previsões são de que o mínimo estadual seja reajustado em torno de 11 a 13% já em janeiro, ou seja, próximo de R$ 700,00. Como podemos aceitar um piso de 650 reais, bem abaixo da média regional e ainda retirar a cláusula que estipula que ninguém ganhe menos que o mínimo. Os trabalhadores de Ijuí seriam imensamente prejudicados”, explicou Rosane. Nas outras cidade da região, esta cláusula não gerou impasse e foi incluída nos acordos.

Com poucas possibilidades de acordo, o dissídio neste ano deverá ir a julgamento. O mínimo estadual no valor de R$ 638,20 já é garantido a todos os comerciários. Em julgamento, fica automaticamente garantido para o piso da categoria o valor do salário mínimo estadual (que em janeiro deverá ser igual ou maior a R$ 700,000) e, para os demais salários, há apenas a reposição da inflação. No entanto se extinguem automaticamente os acordos para a compensação de horas extras (banco de horas), que com o acordo podem ser compensadas no mês e passam a ter de serem compensadas na semana, ou remuneradas.

A decisão dos trabalhadores em assembleia é por pressão. Se não houver acordo pelo reajuste, também não haverá acordo pela utilização de mão-de-obra neste natal. Além disso, os trabalhadores devem preparar uma manifestação na cidade. “Recebemos dezenas de ligações diárias no Sindicato de trabalhadores buscando informações sobre o andamento das negociações. É importante que os trabalhadores passem a dialogar também com os seus patrões, para que estes pressionem o Sindicato Patronal a fim de sanarmos os impasses existentes”, conclui Rosane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário