quinta-feira, 5 de abril de 2012

Encontro Nacional reúne mulheres do campo e da cidade em Brasília

Centenas de sindicalistas de 21 estados brasileiros e do Distrito Federal participaram no último final de semana do 1º Encontro Nacional das Mulheres Trabalhadoras da CTB, entre eles a vereadora e presidenta do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí, Rosane Simon. Para participar do evento, que se iniciou na sexta-feira (30), mulheres do campo e da cidade não mediram esforços e se mobilizaram, vencendo a barreiras da discriminação existente dentro do movimento sindical.

 
No primeiro dia de encontro foi debatido o preocupante cenário da desindustrialização e os impactos deste cenário na vida de trabalhadores e trabalhadoras, o III Plano Nacional de Políticas para Mulheres e os dois Projetos de Lei da Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres no Mercado de Trabalho, que tramitam no Congresso Nacional. As presentes receberam esclarecimentos sobre os projetos. Outro tema que mobilizou as sindicalistas por todo Brasil é a Reforma Política e o empoderamento feminino. A ideia é alertar para a relevância da presença feminina nos espaços de poder e tomadas de decisões na busca pela igualdade de direitos, assim como eleger candidatas comprometidas com a luta das trabalhadoras. A situação das mulheres no mercado de trabalho e nas negociações coletivas também foi um dos temas. As participantes receberam orientações acerca de seus direitos e importância de ocupar espaços nos sindicatos para ampliar as propostas de gênero nos acordos coletivos.

Dilce Abigail Pereira, atual secretária de turismo do estado e a primeira secretária da mulher trabalhadora da CTB foi homenageada no encontro. A dirigente, esteve na linha de frente de várias lutas das trabalhadoras da Central.

Dilce Abigail Pereira (E) foi homenageada no evento
O segundo dia de discussões foi aberto com uma palestra que “incendiou” a plenária, sobre a participação das mulheres e jovens dentro do movimento sindical. O debate, que a princípio era para ser feito com poucas intervenções, superou as expectativas, já que dezenas de mulheres se inscreveram para relatar as dificuldades enfrentadas dentro dos sindicatos em cada região do país.

“Queremos exigir que se cumpra a cota de gênero nas mesas de negociações. Por que não aparece nas fotos mulheres nas reuniões com a presidenta Dilma? Por que não nos dão espaço, não participamos”, questionou Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, ao completar que as mulheres precisam fazer esse enfrentamento dentro do movimento sindical. “Esse fato demonstra a necessidade do empoderamento das mulheres dentro do movimento. Não queremos cargos secundários, mas sim cargos principais. Dirigir as lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras!” Ficou acertada a proposta de defesa da organização de mais cursos de formação específica para as mulheres, já que nos demais cursos oferecidos a participação das mulheres é pequena e a organização de encontros nacionais anuais, que atualmente são realizados de quatro em quatro anos.

Rosane Simon ressaltou a diversidade na representação de diversas categorias do campo e da cidade e disse que estes encontros, mesmo com toda a experiência e caminhada na luta de gênero que a maioria das mulheres presentes já possui, são fundamentais para reforçar o movimento de mulheres trabalhadoras. “Não nos basta termos uma Presidenta da República e apenas 9% de mulheres no parlamento. Nós mulheres temos que ser mais ousadas na luta pela emancipação, pela igualdade e pelo empoderamento, para acabarmos com essa realidade em que a mulher é uma amostra nos espaços de poder. Os espaços de poder devem ser realidade para todas as mulheres”, concluiu.

Ao final do encontro as mulheres construíram e aprovaram um plano de ação que incluí bandeiras que devem continuar a balizar as ações da central, como a defesa por creches, redução da jornada, aprovação o PL da igualdade no mundo do trabalho, efetiva aplicação da lei Maria da Penha, ampliação da licença maternidade para 180 dias, Reforma Agrária, luta pelas delegacias da mulher, unicidade sindical, dentre outras propostas. O documento será submetido à aprovação da direção plena da CTB Nacional.

Com informações do Portal da CTB

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