sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Comerciários de Ijuí participam de Formação sindical em Caxias


Juarez de Oliveira e Débora Maas
Cerca de 40 pessoas, de vários sindicatos do Estado, participaram do curso de formação sindical da Fecosul, que aconteceu dias 12 e 13/11, em Caxias do Sul. O curso foi promovido pela CNTC em parceria do CES (Centro de Estudos Sindicais). Dois representantes do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí, Débora Maas e Juarez de Oliveira, estiveram presentes.

Diversos temas foram debatidos. O professor Renato Bastos, falou sobre o Sindicalismo Latino-americano e explicou a evolução do movimento sindical e a construção das sociedades em diferentes países da América Latina. Especialista em história, o professor também falou do processo da industrialização na região, a influência do sindicalismo europeu e como o capitalismo trabalhou o movimento sindical em alguns países do leste da Europa para neutralizar o avanço dos trabalhadores. “Hoje a diferença entre as classes é menor e a qualidade de vida é melhor porque a burguesia concedeu benefícios para não perder o poder para os trabalhadores em alguns países”, completou Bastos.

A professora Celina Arêas, falou sobre o Projeto de Desenvolvimento Nacional e os Desafios do Sindicalismo, tratando da Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda. “O CES defende o sindicalismo classista que propõe as lutas econômica, política e ideológica. Isto com autonomia de governo, partidos políticos e patrões”, enfatizou Celina. “Ter consciência classista é lutar por todos, e o mundo do trabalho muda e precisamos conhecer/estudar para transformar”, completou.

Celina apresentou vários pontos aprovados pelas centrais sindicais na Conclat (Conferência da Classe Trabalhadora), ocorrido em junho de 2010, que estão sendo tratados pelo movimento sindical e pelo governo. São questões que ainda precisam fazer parte das discussões e mobilizações do mundo sindical.

Grande defensora e lutadora da formação sindical, Celina diz ter certeza que a formação é uma alavanca para que os trabalhadores e as trabalhadoras pensem e repensem sua concepção a respeito do mundo do trabalho e da consciência de classe. “Se as entidades têm como estratégia o sindicalismo classista não tem como não priorizar a formação dos dirigentes e da categoria. A formação não pode ser pensada como cursos esporádicos, mas como proposta debatida e aprovada nas diretorias para a prática cotidiana”, considera.

A dirigente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais defende que cada encontro de diretoria dos sindicatos seja pautado com um assunto de formação. “Tudo é formação, e sindicalista que não se forma se deforma”, conclui Celina.



Sindicalista precisa de formação permanente
Augusto Petta, coordenador do CES (Centro de Estudos Sindicais), abordou os temas: Estado, Partido e Sindicato. Para ele, o movimento sindical fica num praticismo muito grande, respondendo demandas do jurídico, salário, e condições do trabalho. “Estas questões são fundamentais, mas é necessário que os sindicalistas passem por processo de formação permanente. Sindicalista tem que estudar, conhecer a realidade da política geral e sindical, conhecer a história do próprio movimento dos trabalhadores, cuja transformação é constante. É preciso saber fazer análise de conjuntura e saber a concepção do momento atual, discutir estado, partido e sindicato”, destacou.

“Ter compreensão teórica da realidade em que está inserido o sindicato e os trabalhadores, ter uma relação próxima entre teoria e prática ao mesmo tempo, e ainda ter planejamento estratégico, porque é necessário planejar. Se não houver planejamento, o sindicalista só vai responder as demandas do dia a dia, e é preciso planejar ações”, completa o professor do CES.

Disputar a juventude com o capitalismo e inserir os jovens no movimento sindical foi o debate ministrado pelo professor Paulo Vinícius da Silva, que é sociólogo e Secretário Nacional da Juventude da CTB. Ele falou que a importância da juventude nos sindicatos deve seguir três pilares:

Primeiro, entender a importância concreta da juventude na composição das categorias, como no caso do comércio em que 51% da categoria têm menos de 35 anos. “Dirigentes não podem ignorar sua base”, alerta.
Segundo, porque é uma geração bônus no Brasil, que não se repetirá. “A população vai envelhecer e os jovens atuais serão os próximos dirigentes. Então é preciso disputar os jovens e abrir espaços significativos dentro das entidades”, observa.
O outro pilar “é porque a juventude tem contribuições próprias e necessárias, inclusive para o empoderamento das mulheres, inclusão, e novas formas de comunicação”, completa Paulo Vinícius.

Assessoria de Imprensa Fecosul

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