quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Denuncia de perseguição a trabalhadores na Cotrijui

Na manhã desta terça-feira (20) a direção do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí recebeu denúncias de trabalhadores do mercado da Cotrijui no centro. A Presidenta Rosane Simon, acompanhada de comerciários foi verificar a situação e conversou com os trabalhadores da cooperativa.

“Os trabalhadores que nos confirmam as informações que nós já estávamos averiguando com relação ao tratamento que eles estão recebendo desta direção. Há uma situação que se encontra no limite do tolerável”, disse Rosane Simon.

É evidente segundo os trabalhadores, a falta de mercadorias nas prateleiras do mercado do centro e os boatos de uma possível venda desta loja assustam os trabalhadores. “Estamos no limite na medida em que as constantes demissões estão sobrecarregando os trabalhadores que ficam”, disse uma trabalhadora. Ela relatou que na padaria, por exemplo, apenas dois padeiros estão com a responsabilidade de abastecer o mercado.

“Percebemos certo abandono e falta de mercadorias. Os trabalhadores e trabalhadoras tem que se virar para realizarem as suas tarefas mais comuns. Há desmotivação na medida em que os funcionários da cooperativa estão em vários postos trabalhando por dois e não recebem orientações adequadas sobre o trabalho e a situação da empresa, que também diz respeito a eles. Os mercados hoje são um barco sem leme”, frisou a Presidenta do Sindicato.

Rosane disse que os boatos de que o mercado seja vendido causam muita insegurança aos trabalhadores que percebem também que as demissões estão ocorrendo de forma indiscriminada. “Já estamos há muito tempo tentando dialogar com a Direção da empresa que não nos recebe, nos encaminhando sempre a diferentes assessorias que nada resolvem. Além da negociação do dissídio, há situação de demissão de diretores do Sindicato com estabilidade de emprego e problemas de assedio moral inclusive sobre uma trabalhadora especial que foi agredida verbalmente e humilhada pelo gerente”, explicou.

A Sindicalista relatou que funcionários com 25, 30 anos de trabalho na cooperativa são demitidos e a empresa, inexplicavelmente, deposita em juízo, apenas 30% dos valores rescisórios a que o trabalhador tem direto e que a cooperativa orienta estes trabalhadores a buscar o restante na justiça. “A atual direção provoca uma arbitrariedade sem limites quando obriga o trabalhador a uma ação rescisória judicial, independentemente da vontade deste trabalhador. Os direitos que eles estão negando a estes trabalhadores são direitos conquistados e trabalhados, direitos já adquiridos e que não lhes podem ser negados. A prerrogativa de buscar a justiça e do trabalhador e não do empregador”, frisou.

A assessoria jurídica do Sindicato e a direção já relataram esta situação ao Ministério Público do Trabalho e à Justiça do Trabalho. Uma reunião no MPT ocorrerá na próxima semana para tratar destas questões.

 Rosane Simon defende uma nova mobilização da sociedade. “Esta cooperativa é nossa, de todos os cidadãos da nossa região e vive esta situação constrangedora”. Ela expressa indignação com o fato de que vários seguranças armados trabalham dentro da cooperativa, junto aos funcionários e associados, “algo que nunca havíamos visto nesta empresa”. “Buscamos pacientemente o diálogo com esta direção, de assessoria em assessoria, sem obtermos nenhuma resposta objetiva para resolver todas estas situações que relatamos e que se agravam dia após dia. Esta direção está rompendo com as possibilidades de interlocução com o Sindicato e por isso vamos, a partir deste momento, achar outros meios de resguardar o direito dos trabalhadores e também de contribuir para que a Cotrijui supere toda esta situação financeira, num espírito de cooperativa,  colaboração e de diálogo”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário